Geopolítica influencia hotelaria’, diz executiva da Accor

A ‘geopolítica’ é uma das principais tendências na hotelaria na atualdiade, impactando não só nas questões climáticas e ambientais, mas também o turismo e os turistas. É o que afirma Antonietta Varlese, VP Sênior de Comunicação, Relações Institucionais e Sustentabilidade da Accor para a América do Sul, destacando que os fatores climáticos estão cada vez mais relacionados ao negócio hoteleiro. A executiva integrou uma comitiva da Accor na última semana para a inauguração oficial do Tribe BH Savassi, o primeiro hotel da marca no Brasil e o segundo da América Latina.

Além de Antonietta, o evento também contou com Olivier Hick, COO Accor Brasil divisão Premium, Midscale & Economy; Abel Castro, CDO Accor Américas na divisão PM&El; e Roberta Vernaglia, SVP de Marketing & Estratégia Digital da Accor Américas, responsáveis por receber imprensa e convidados no hotel para apresentar o novo hotel. O empreendimento está localizado na rua da Bahia, ao lado do Minas Tênis Clube, de frente para a Casa Fiat de Cultura e a menos de duas quadras da Praça da Liberdade, na região nobre da Savassi.

Para Antonieta Varlese, os fatores climáticos estão se aproximando “cada vez mais do nosso negócio” e influenciando a decisão de investidores e dos próprios hóspedes. “Obviamente o turista não vai querer ir para um lugar onde há uma ameaça de guerra ou uma perspectiva de diversidade ideológica que ele não concorda. Já temos observado muito essa tendência no turismo e, consequentemente, isso tem um impacto direto nos nossos investidores. Como vamos abrir um hotel à beira-mar se daqui há dez anos anos esse mar pode subir muito e podemos perder parte do hotel?”, questiona Antonietta.

Para a executiva, todos os riscos com sustentabilidade devem ser avaliados minuciosamente. A VP Sênior de Comunicação considera no momento o Brasil um país menos perigoso para expansão do que o Caribe, por exemplo, devido à constância de furacões e intempéries. “No México, a nossa preocupação é uma grande escassez de de água, tem muita água que precisa ser dessalinizada, coisa que aqui no Brasil não temos ainda”, exemplifica.

Atualmente, a rede de origem francesa tem 443 hotéis na América do Sul, dos quais 325 (ou 51.511 quartos) estão no Brasil. Em Minas Gerais, a rede conta com 32 hotéis, dos quais 11 localizados na capital mineira, incluindo o recém-inaugurado Tribe Belo Horizonte Savassi. A maior operadora de hotéis no Brasil também pretende chegar à marca de 600 empreendimentos nas Américas até 2027, sendo 60% deles localizados no Brasil.

foi um ano muito especial para a rede. O executivo cita como destaques a assinatura do Treasure Island, em La Vegas — que vai fazer parte da Handwritten Collection, o maior hotel da Accor no mundo com 2.880 quartos, cassino, restaurantes e Circo de Soleil nas dependências —; o fechamento de 22 contratos para a gestão de hotéis da rede mexicana Royal Holliday, aguardando a conversão de marcas; e a chegada da marca Íbis nas cidades de Miami e Orlando, nos Estados Unidos.

Castro adiantou que o segundo hotel da marca Tribe deverá ser aberto em Maringá, no Paraná, nos próximos dois anos. “Teremos ainda hotéis da marca Handwritten em João Pessoa, na Paraíba, no México, e em Las Vegas e São Francisco, nos Estados Unidos”, destacou A estratégia da Accor não é apenas estar em todos os países, mas naqueles que têm demanda, doméstica, inter-regional e internacional. Em 2024, a rede assinou 19 contratos nas Américas, totalizando 2.878 quartos. Desses contratos, 90% foram em modelo de franquia e 40% de conversões (hotéis pertencentes a terceiros).

De acordo com Roberta Vernaglia, os hotéis da família Íbis, econômica, são peças-chave para a estratégia de crescimento da Accor. “Somos líder de mercado nesse segmento e começamos uma companha para atingir um público maior para expandir essa marca”, pontua. A Accor tem percebido que as marcas economy e midscale tendem a crescer muito mais que as de luxo. “O Brasil é um reconhecimento forte nesse segmento económico”, acrescenta.

No evento do Tribe, dois mineiros com longa carreira na Accor marcaram presença: Omar Cáffaro, vice-presidente de Operações da Accor, e Guilherme Mendes, que assume a gerência geral do Tribe belo Horizonte Savassi. Depois de uma passagem bem-sucedida pelo hotel Caesar Business Belvedere, Mendes — que vem de uma experiência no hotel-butique Santa Teresa Rio MGallery, apontado recentemente pelo “Guia Michelin” como um dos 20 melhores hotéis do país —fala do desafio de gerenciar mais um empreendimento da rede Accor na capital mineira:

“Nós queremos convidar o morador de Belo Horizonte para vir na nossa cafeteria, frequentar nosso restaurante. O prédio estava em desuso há muitos anos, foi retrofitado e enobrece essa região já extremamente nobre. Ele vem a preencher uma lacuna na cidade de hotéis de categoria midscale. Eu tenho certeza que vai ser um sucesso. Nesta última noite (quinta-feira, dia 15), a ocupação foi de100%, mas a média no segundo mês de funcionamento foi de 50%. Estamos prevendo uma ocupação muito superior para o ano que vem”.

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